segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Mau ano agrícola: Agricultores perdem esperança



 Imagem da google
Ter de debruçar sobre a seca em Cabo Verde causa um calafrio ao pé da barriga para este povo que ganha o pão à custa de um bom ano agrícola, incluindo nesta estimativa cerca de 17.200 pessoas, sendo cerca de 62% das famílias vivem no mundo rural. Estas são as que mais se sentem afetadas pelo mau ano agrícola.

O arquipélago enfrenta um dos piores anos em termos da seca, já que a situação agrícola se mostra precária. A maior parte da população, em Cabo Verde, principalmente a da ilha de Santiago, garante a sua sustentabilidade e o seu rendimento familiar com o recurso à prática da agricultura.

A demora da chuva acabou por “matar” o que nasceu daquilo que os agricultores semearam, mais concretamente no início de Julho. A espera incansável para que a chuva pudesse ainda vir dar as “boas vindas” e um sorriso na cara ao povo que tanto, por ela, clama, nada mais, nada menos, acabou por ser o desejo do passado para alguns camponeses, que dizem ser tarde para se reverter os mais do que indícios da má produção agrícola deste ano. “Aquilo que já está feito não há tempo para mudar”, desabafa Dona Maria, uma sexagenária que criou os filhos à base do trabalho do campo.


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Por seu lado, há quem justifique esta fatalidade como uma sanção divina: “é um castigo do Pai, aquele que é o rei,” diz Juvelino Lopes, agricultor e chefe de família. O mesmo argumenta dizendo que o apocalipse está à porta. “O homem anda a tirar vidas de quem não o pôs, há pais a abusarem sexualmente dos filhos, irmãos desconhecem-se um ao outro, já não se quer trabalhar e roubar ou assaltar os outros tornou-se moda. Estamos a pagar por aquilo que andamos a fazer”, justifica.

Esta situação tornou-se a pauta do dia para o povo, que anda preocupado com as consequências graves deste grande flagelo. Tudo isso mexe directamente com a economia do país, onde o PIB desce consideravelmente, numa altura em que os rácios da dívida soberana levam o país à categoria de “lixo” na classificação das agências de mutação financeira.

Não há comida para os animais e o pouco que se obteve do ano agrícola chega ao mercado num preço altíssimo, pois, quando há escassez, a procura se eleva. Os pastores vão ter que vender os animais a um preço baixo, para não os ver a passar fome e acabar por enfraquecer.

Consequências: a oferta e a procura

Dona Maria realça o seu medo e a angústia que sente por uma perda enorme. Diz que o salário mínimo no nosso país não cobre, nem de perto e nem de longe, o custo mínimo de vida. “Nha fidjo cau mau torna brabu, flan und N ta bai, nes país mufino”, desabafa a sexagenária com um olhar triste.

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Para Fatinha, uma das antigas vendedeiras do famoso “Pilorinhu” de Assomada, este é o pior ano agrícola que já presenciou. Acrescenta ainda que não andam a vender muito porque os consumidores reclamam do preço. Por isso, há dias que regressam à casa sem o seu ganha-pão.


Governo: Medidas de combate

À seca, o governo reagiu de imediato com um plano de emergência, disponibilizando 7 milhões de euros para mitigar os efeitos da seca e do mau ano agrícola, anunciou o ministro da Agricultura e Ambiente, Gilberto Silva. 

O governante frisa ainda que estão a prever mais de 7 milhões, mas ainda a montagem financeira encontra-se na fase inicial. “Temos um planeamento macro que posteriormente vamos avançar para um planeamento operacional bastante territorializado. O financiamento do plano deverá ser mobilizado entre os habituais parceiros internacionais de desenvolvimento, de entre as quais UE, Banco Mundial, Nações Unidas, o apoio técnico da FAO, disse Gilberto Silva.

Para um diagnóstico mais apropriado da real situação do país no ramo da agricultura, o ministro privilegiou a visita “in loco” para os vários concelhos do interior da ilha de Santiago, acompanhado do representante do Fundo das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação, Rémi Nono, com o intuito de avaliar o “estado de arte” do ano agrícola.

                                                                                                                              Carla Luz.
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quinta-feira, 2 de novembro de 2017

"Segui as batidas do meu coração"


 Lejemea
Quando o sol radiava numa tarde quente onde o calendário assinalava o quinto dia do mês de Outubro de 1987, Santa Cruz se presenteou com mais um nobre fruto de um grande amor.

Leonel de Jesus Mendes Andrade, que responde também pelo nome de Lejemea sentiu o primeiro calafrio da terra. 

Descendente de uma família humilde e batalhadora, cresceu num lar de convivência e partilha com os amigos e vizinhos.

 Amante de uma boa melodia, começou a dar os seus primeiros passos no mundo da música a partir dos seus 6 anos de idade, quando percebeu que podia decorar letras e melodias de músicas.
Seis anos depois participou em pequenos concursos de vozes.

Frequentou os estudos primários e secundários em Santa Cruz, seguidamente emigrou para Portugal em 2006, com a finalidade de continuar os estudos.
Formou-se em Técnico de Prótese Dentária, porém em 2009 seguiu as batidas do coração e enfrentou o mundo das melodias.

 Esboçou numa folha branca com rimas e melodias algumas letras da sua primeira música: Djam bira Fino.
No ano 2013 lançou o seu primeiro CD no mercado intitulado “Nha Midjor”.

Predomina os instrumentos musicais como guitarra acústica, órgão e também assume o cargo de produtor. Adora o ritmo da Kizomba e Zouk.

Um ano depois, em 2015 foi o vencedor da música popular do ano dos CVMA, “Djam Bira Fin”
Em 2017 apresentou ao mercado um novo álbum intitulado “Fugi Regra” com 17 faixas musicais dentre as quais estilos diversos como: Kizomba, Afro Beat, Funana e R&B.