sexta-feira, 28 de abril de 2017

A geração light.

                                                        Carla da Luz.

Que geração é essa? Ninguém sabe responder, a não ser que diga que é a nossa geração.

A qual já não vive sem as redes sociais, pois todos se encontram debruçados nela.

Uma geração que  investe muito mais em ter do que em ser. A cada cinco minutos postam fotos no Snap e no Instagram, iludindo- se com  números de gostos nas fotos, concorrendo para duelos, onde se expõem  quem é mais “bonito” e “swag”.

Esta é a geração, em que o facebook é visto como ponto de encontro de muitos adolescentes que enchem a boca para afirmar que já são adultos, quando não medem nem o peso das palavras que  dizem.

Arrumam relacionamentos virtuais, onde todos já se viraram king`s e queen`s, uns se tornaram Mine e Mikey e outros prince e princess.

Cinicamente, qualquer pode se tornar uma “bae”, “mor” “bby”.
Silenciosamente questiono quando me deparo com estes comportamentos: que futuro terá estas nove ilhas? O que vai ser dos cabos- verdianos daqui a alguns anos?
Esta terra, onde se parte do lema “Cabo Verdi di speranza” não terá futuro se assim continuar.

É de salientar ainda que os jovens já não querem estudar, já não pensam no futuro, no amanhã. Andam à procura de roupas e ténis para se exibirem nas redes sociais e nas festas noturnas, esforçam-se para ter um iphone, um ipad, acompanhando assim as novas tecnologias, mas a mente ainda continua oca. Nesta terra há poucos jovens que se importam e dão maior enfâse em enriquecer a mente do que pensar na luxúria. Seria como dizer, que de entre dez apenas três pensam em querer ter um futuro digno.

 Os jovens desta era não têm interesse em participar numa palestra, conferência ou até lançamento de um livro, mas se fosse uma festa onde tivessem bebidas alcoólicas e músicas onde tudo fosse light, teriam o maior prazer e gosto de lá estarem.

Usa-se frequentemente o ditado “N ka teni dinheru k ma fari trabadju, kau mau” quando se refere a um livro ou uma gramática, mas quando o assunto for “party” o dinheiro parece que cai do céu.

E mais uma vez, questiono onde é que estão os erros, a falha e a culpa? Será que a lacuna está na educação? Os pais já não são mais rígidos com os filhos? Ou a falha se encontra nos adolescentes que já não sentem mais receio de serem sancionados?

Os nossos avós estão aflitos com esta mudança de comportamento que afecta qualquer um. Por isso, apelo a cada um de vocês meus familiares, amigos, colegas e conhecidos, nunca é tarde para recomeçar agora é o momento oportuno para pensarmos num futuro brilhante.

Pense nisso.


segunda-feira, 24 de abril de 2017

A pergunta que recusa em ficar quieta.


 Umas das ruas de Assomada
Quem realmente esta por detrás das páginas no facebook que divulgavam fotos de contentores com lixos, cães vadios pela cidade e a rua de São Bento com uma fileira de bares, nas épocas de campanhas?

Quem?
Porquê?
Qual é o objectivo que se tencionava?
Esta é uma pergunta que não se quer calar!



 Bolanha
E já agora, a realidade vivida na Cidade de Assomada é outra? Já não há presenças de cães a desfilarem pelas ruas, a recolha de lixos é bem feita e quanto aos bares em “São Bento” andam a cumprir o regulamento?







sexta-feira, 21 de abril de 2017

Jovem que matou professor pega 12 anos de prisão

 Entrada principal da cadeia
Danielson Jorge Tavares, mais conhecido por “Preta” foi condenado a 12 anos de prisão efectiva pelo Tribunal da Comarca de Santa Catarina, devido ao assassinato do professor Gelsony Domingos Borges de Carvalho, conhecido também por “Gil” de 36 anos.

O assassino deve pagar ainda uma indemnização no valor de 1500 contos, sendo 500 contos para um dos três filhos menores do falecido.

 É de relembrar ainda que ocorrido, aconteceu em Agosto de 2016, quando “Gil” comemorava mais um aniversario com os amigos dentro de um bar na rua de “São Bento”, depois de chegar de uma viagem feita pela Europa. Numa pequena discursão “Preta” atingiu “Gil” com uma facada no tórax esquerdo e acabou por falecer, momentos depois.


quinta-feira, 20 de abril de 2017

27 de Maio uma noite de Glow Party em Karga Club


E como #Karga_Club está contigo em todos os momentos, neste verão  não vai ser diferente.
Vamos fazer a noite acontecer com uma noite de Glow party no dia 27 de Maio. 
Venha curtir uma noite luminosa com os amigos.
Avisa pra turma que quem não esta ficou!

 


Noite de SnapChat em Karga Club



A discoteca #Karga_Club apresenta neste sábado a partir das 22H uma noite de #SnapChat.

Confira a sua presença e faz acontecer a noite.

Assomada- praça remodelada

 Foto de: Daniel Sanches

Poial o encanto e a varanda de Assomada



Foto de Evelise Carvalho

A diversidade cultural conjugada ao famoso espírito de morabeza, sempre foi um dos atrativos principais do cartão de vesita de Cabo verde. Estas pequenas ilhas são conhecidas lá fora, maioritariamente, pela sua forte manifestação cultural, desde a música à gastronomia. O espírito acolhedor do povo das ilhas há muito é manifesto na forma como convive e recebe os de fora. Não é por acaso que em tempos familiares e vizinhos reuniam-se no poial de suas casas para contar estórias, contar vivencia, falar da vida alheia ou ainda para apreciar um bom batuque num “tereru finkado”.


É na tentativa de preservar esta diversidade ou a essência desta ideia que, Sílvio Brito criou, em Assomada, o espaço Poial. Uma churrascaria onde mora a cultura cabo-verdiana. O espaço foi criado há pouco tempo. Com apenas dois meses de funcionamento, já é bastante conhecido e frequentado. Segundo Sílvio Brito, a iniciativa surgiu da necessidade de se ter um lugar para se conversar cultura e fazer-se música e onde as pessoas podiam expressar-se. “Foi uma necessidade espiritual”, diz Sílvio.

Quem entra no poial não se sente em outro sítio que não seja Cabo Verde. Do lado esquerdo á entrada fica o palco, ornamentado á cabo-verdiana, com assentos de tronco de acácia, instrumentos musicais e microfones assentes em esferovite, revestido com lona preta e ao fundo “poial” escrito a caris num fundo de paletes de ovos pichados a preto, onde desfila música ao vivo aos fins-de-semana.

 Mas, a primeira panorâmica que os olhos contemplam, são as pinturas na parede. Ao fundo, um homem tocando búzio, lembrando o melódico som do mar que abraça as ilhas, ao seu lado, mais uma representação musical, desta feita braços de uma guitarra ilustrado em tons verde, vermelho e amarelo. Mais ao fundo, junto ao fogareiro, destaca-se um retrato típico da ilha de Santigo, uma mulata vestida a rigor - saia preta, blusa branca, lenço á cabeça, pano de terra á coxa- dançando batuque, quiçá, no compasso do famoso “txabeta”. 
Do lado direito do palco, um quadro, mesclando instrumentos musicais e mistérios, num estilo abstrato e místico, pintado por Celestino, chama atenção pela mistura de cores azul, rosa, vermelho, branco e preto quebranto um pouco o ar rústico do lugar. O local é iluminado por 4 lâmpadas, duas delas adornadas com cestas feitas de “caris”. Nas arestas da sala é visível a presença de peças de cerâmica, dando ao ambiente um ar peculiar.
Três degraus levam o visitante ao bar, cuja plataforma é ligeiramente mais baixa do que a elevação do palco, dando mesmo a impressão de ser um poial, onde a freguesia acomoda-se apreciando aperitivos e drinks ao gosto do freguês. Atrás do balção uma estante com a figura de uma casinha de telha traz a montra garrafas de bebidas, destacando-se porem a verdinha, bebida típica da casa feito de grogue, erva-doce, limão, alecrim e hortelã.

“Em comparação como o Sal, isto é mesmo Cabo Verde”

 Convívio entre portugueses
Poial não é apenas um espaço de aconchego para os moradores da Assomada, mas também para quem chega, principalmente para os estrangeiros e turistas. Exemplo disso é Dino, um português que está em cabo Verde a trabalho e que é frequentador assíduo desse espaço. “Vim cá parar porque ouvi dizer que cá tem-se música ao vivo, vim espreitar e achei isso muito engraçado, muito giro e muito dinâmico”, conta Dino. 

O mesmo elogia a espontaneidade e diversidade que o espaço e a cultura cabo-verdiana oferecem e que em Portugal não há. Já que, segundo explica, “lá qualquer espetáculo deve ser muito bem planejado, organizado e preparado com muitas regras.”

A ilha do sal é uma das mais turísticas do arquipélago, no entanto, Dino diz que “no sal há muitos espaços que se adaptam ao gosto dos turistas, em contrapartida, isto aqui é muito puro, muito virgem.” E com um sorriso de triunfo e orgulho desabafa que, “em comparação com o sal, isto é mesmo cabo verde”.

Alguém que igualmente costuma frequentar este espaço é Hugo Pedro, também português. Ele diz: “Eu em Lisboa costumo ir a muitos espaços com músicas cabo-verdianas e pensava que este espaço podia ser mais próximo daquilo que costumo visitar”. No entanto, o supracitado acrescenta: “mesmo assim acho que sinto-me mais em cabo Verde em Lisboa do que aqui”. Justificando sua afirmação Hugo diz que neste espaço não há muita gente a participar e se calhar não se cria muita dinâmica. Apesar disso, garante gostar do espaço que segundo confessa é o mais acolhedor que encontrou em Assomada.A mesma opinião tem também Adilson, mais conhecido por Zeca, filho de Assomada e frequentador nato do espaço.

Zeca enaltece em sua forma de falar, o espaço que julga ser o melhor em Assomada no quesito preservação cultural, aconchego e bom ambiente. Elogia o facto de se poder contemplar boa música ao vivo e tira o chapéu ao fato de este ser um estabelecimento preocupado com a cultura e a tradição Cabo-Verdiana. Lançando porém, um olhar mais severo e critico sobre o lugar, Zeca aponta o dedo para a qualidade de atendimento. “Acho que os funcionários deviam falar e interagir mais com as pessoas, sinto que falta um pouco mais de relação humana entre o atendedor e o cliente”, desabafa. Zeca chama atenção também à não aposta em pratos tradicionais e sugere peixe como uma nova proposta para pratos do dia e ou aperitivo mais frequente.

Sobre apostar em pratos tradicionais, Silvo Brito, dono do estabelecimento, nada diz mas, garante que tem em mente planos para o Poial. Nomeadamente exposições artísticas e gastronómicas, a fim de dar ao espaço o verdadeiro sentido de um “poial à cabo-verdiana.